Sucumbindo nesse antro abjeto
Que poda meu brilho, riso e gozo
Nesse ambiente escuro e mal cheiroso
Acompanhado de ratos e insetos.
Desse túmulo sou um triste prisioneiro
Travando minha fúnebre batalha
Disferindo tensos golpes de navalha
Contra a morte, meu último carcereiro.
Indefeso, torno-me facilmente
Alimento de protistas e moneras
Organismo repartido por quimeras
Que habitam meu cárcere silente
Meu corpo está repleto de tumores
E de feridas causadas por algemas
Minha voz já não expressa mais fonemas
Pra pedir trégua aos meus torturadores.
Lamentando os meus sonhos adiados
Em torpor vil que me atropela
Permaneço nas grades dessa cela
agarrado submisso aos cadeados.
A solidão me prepara um prato frio
Que degusto cotidianamente
Num banquete fétido e decadente
No átrio de meu hotel sombrio.
Ingerindo o tempo que não passa
E regogitando monotonia
Padeço nessa eterna agonia
Exibindo minha tísica carcaça.
Então, a liberdade a mim se revela
Iludido, saio a divagar pela rua,
Mas toda agonia continua
Pois tão-somente mudei de cela.
sábado, 8 de novembro de 2008
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7 comentários:
Deus cria, o homem sonha, a obra nasce! Parabens amor
Sem palavras________
Parabéns rapaz você acaba de ganhar uma fã!
por favor quando lançar um livro me avise,eu não posso perder a oportunidade tê-lo em mão...
aplaudido de pé!
Eu comecei a escrever após ler as obras desse cara. Mas ainda sou um infante na senda das palavras. Quiçá chegue eu a tamanha maturidade poética! Sou capaz de ouvir o brado de Augusto dos Anjos, onde quer que ele esteja, gritando aos quatro ventos de felicidade!
Parabéns, meu amigo!
parabens!voce e um ótimo escritor
sabrynna
Obrigado pessoal pela visita!
Fico enormemente lisonjeado.
Abraço a todos...
Um ccerto quê de Augusto dos Anjos, com um gota de Erich Fromm
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