domingo, 14 de dezembro de 2008

Noturna

Meu primeiro Soneto. Dedicado especialmente à minha mãe. ( Meu céu e meu chão)

Como um verme que se refugia
Na fetidez da matéria morta
Em meio a surtos de saudades, um dia
Fui mendigar abrigo à tua porta

Retratei tua pancosmológica rejeição
Em um quadro visivelmente triste
Chorei, abraçado com a própria solidão
E tu sequer a porta abriste.

O medo, o desalento, o desconforto
Atingiram-me. Padecendo quase morto
Na agonia dessa noite congelada

Vejo-te ainda a olhar-me indiferente!
E depois de prantear inutilmente
Sepultei meus sonhos em tua calçada.

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