sábado, 8 de novembro de 2008

Socorro!

Pelas angústias do mundo, perturbado
Com o peito ardendo em vil torpor
Suplicando, peço-te por favor!
Retira-me deste barco naufragado!

O arrependimento é uma lâmina cortante
Que perfura meus centros cerebrais
E das excretas das glândulas lacrimais
Sou um melancólico navegante.

Na companhia desse tédio que não finda
Contemplando a solidão que me aflinge
Mergulho, tonto, nesse vazio que atinge
O meu eu paralítico mais ainda.

O amaríssimo sabor do hediondo
Presenteia-me as papilas gustativas
E tu desespero!tu que motivas
Os versos reles que estou compondo.

Homem triste, pela tristeza seqüestrado
E pela dor esse algoz impaciente
Do meu cárcere ouve-se nitidamente
A guturalidade do meu brado.

Um aglomerado estercoário me sinto
Desistente, perco a vida, ganho a calma
Conformado acompanho minha alma
Em seu percurso silente para o infinito.

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