Os discursos promovidos pelas religiões, bem como os preceitos escatológicos por elas defendidos vão, quase sempre, de encontro à ideologia científica moderna. Esta, em vez de buscar diálogos, propõe aniquilamentos. Estuda a religião, não com a intenção de verdadeiramente compreendê-la, mas com o intuito de desmistificá-la ideologicamente. Sua intenção é marcadamente política: a liquidação do adversário.
Esta reflexão, entretanto, não visa, absolutamente, instaurar um confronto entre religião e ciência. Não é intenção nossa colocá-las em campos distintos e opostos, tampouco medir eficiência, mas identificá-las enquanto trajetos paralelos, enquanto linguagens que dizem algo sobre o homem e o mundo que o circunscreve. A religião é um discurso e por ele se revela. Enquanto não decifrarmos o código que rege seus símbolos, o discurso religioso se apresenta como um enigma ou como um equívoco. Ou não o entendemos ou o entendemos de forma equivocada. Não podemos interpretá-la fazendo uso de códigos que lhes são estranhos. Dessa forma, parece ser inútil tentar desvelar os discursos religiosos por meio dos códigos propostos pela ciência e vice-versa.
Qual é a melhor? A resposta está no âmago de cada subjetividade: a melhor é a que te faz melhor, ou seja, é a aquela que mais te ajuda em seu projeto de si mesmo!
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2 comentários:
Faz-se mister a cautela para que não se faça da ciência um dogma, o que tanto bombardeiam seus defensores. Assim como nos propõe Rubem Alves, a ciência é como uma rede de pesca, onde há frestas que fazem com que muitas coisas deixem de ser retiradas do fundo das águas. Aquilo que não é científico não é necessariamente falso ou inexistente.
Excelente texto, meu amigo!
Essa ciência que pregam por ai, excludente, estigmatizante, e porque não dizer porcarializante, onde o tal caráter de clímax científico chega aos píncaros do poder sobre outros corpos, indignos do saber...
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